👁️ Pilocarpina (Isopto Carpine) colírio: o que é, para que serve e como usar
A Pilocarpina (Isopto Carpine) é um colírio antiglaucoma da classe dos mióticos colinérgicos. Seu princípio ativo é o Cloridrato de pilocarpina 2% e o fabricante é a Alcon. É um medicamento de prescrição obrigatória (tarja vermelha) e deve ser utilizado somente com orientação de um(a) oftalmologista.
Em linguagem simples: a pilocarpina contrai a pupila (miose) e aumenta a drenagem do humor aquoso pela malha trabecular, ajudando a reduzir a pressão intraocular (PIO), um fator-chave no controle do glaucoma.
Resumo rápido
– Classe terapêutica: Antiglaucoma – miótico colinérgico
– Apresentação: solução oftálmica (colírio) 2%, frasco de 15 mL
– Prescrição: obrigatória (tarja vermelha)
– Indicação principal: controle da PIO no glaucoma e em outras situações definidas pelo oftalmologista
– Uso com lentes de contato: retire as lentes antes de pingar; recoloque após 15–20 minutos
– Gravidez/Amamentação: requer avaliação médica individualizada
Para que serve a Pilocarpina (Isopto Carpine)
A Pilocarpina (Isopto Carpine) é indicada principalmente para:
– Glaucoma de ângulo aberto e hipertensão ocular: reduz a PIO ao aumentar a saída do humor aquoso.
– Miose terapêutica: pode ser utilizada para reverter midríase (pupila dilatada) provocada por alguns colírios em situações específicas.
– Uso perioperatório: em cenários selecionados, pode ser utilizada antes ou após procedimentos oftalmológicos, conforme orientação médica.
Observação: em crises agudas e outras condições complexas, a decisão de usar pilocarpina é médica e individualizada.
Como a pilocarpina funciona (mecanismo de ação)
– É um miótico colinérgico: estimula receptores muscarínicos do músculo ciliar e esfíncter da íris.
– Efeitos principais: miose e contração do corpo ciliar, o que traciona a malha trabecular e facilita a drenagem do humor aquoso, baixando a PIO.
– Pode causar visão mais “fechada” e dificuldade de enxergar no escuro devido à pupila contraída.
Como usar o colírio Pilocarpina (Isopto Carpine)
A posologia deve ser definida pelo seu(a) oftalmologista. Em geral, o tratamento é individualizado e pode envolver 1 gota em cada olho acometido, algumas vezes ao dia. Nunca ajuste a dose por conta própria.
Técnica correta de instilação
1) Higienize as mãos.
2) Agite se a bula orientar. Abra o frasco sem encostar a ponta em superfícies.
3) Olhe para cima e puxe delicadamente a pálpebra inferior.
4) Pingue 1 gota no saco conjuntival, sem encostar a ponta do frasco no olho.
5) Faça oclusão nasolacrimal (pressione levemente o canto interno do olho) por 1–2 minutos para reduzir a absorção sistêmica.
6) Se usar mais de um colírio, aguarde 5–10 minutos entre eles.
Se esquecer uma dose
– Aplique assim que lembrar. Se já estiver perto do próximo horário, pule a dose esquecida e siga o esquema habitual. Não pingue gotas extras.
Uso com lentes de contato
– Remova lentes gelatinosas (soft) antes de aplicar. Muitos colírios com conservantes (por exemplo, cloreto de benzalcônio) podem ser absorvidos por lentes macias e irritar os olhos.
– Recoloque as lentes 15–20 minutos após a aplicação, salvo orientação diferente do seu médico.
– Se você precisa usar colírios cronicamente e tem desconforto com as lentes, converse sobre opções sem conservante ou ajustes no tipo de lente.
Gravidez e amamentação
– Não há dados robustos em gestantes e lactantes para a formulação oftálmica de Cloridrato de pilocarpina 2%.
– O uso deve ser avaliado caso a caso, ponderando riscos e benefícios. Se for necessário, a oclusão nasolacrimal por 1–2 minutos ajuda a reduzir a absorção sistêmica.
– Sempre informe sua gestação ou amamentação ao(à) oftalmologista.
Efeitos colaterais da Pilocarpina (Isopto Carpine)
Comuns (podem ocorrer):
– Ardor, leve desconforto ao pingar, lacrimejamento
– Visão turva transitória, dor de cabeça frontal
– Miose (pupila contraída) e dificuldade visual em ambientes escuros
Menos comuns:
– Espasmo ciliar (sensação de peso ou dor ocular), miopia transitória
– Vermelhidão ocular, hiperemia conjuntival, conjuntivite alérgica
Raros, mas importantes (procure atendimento):
– Sinais de descolamento de retina (luzes/“flashes”, aumento súbito de moscas volantes, sombra no campo visual), sobretudo em pessoas com alta miopia ou história de cirurgia ocular
– Inflamação intraocular
– Efeitos sistêmicos colinérgicos em pessoas suscetíveis: sudorese, salivação excessiva, náuseas, broncoespasmo, bradicardia, queda de pressão
Contraindicações e cuidados especiais
– Alergia conhecida à pilocarpina ou a qualquer componente da fórmula
– Uveíte/irite ativa e outras inflamações intraoculares em que a miose é indesejada
– Cautela em alta miopia, histórico de descolamento de retina, asma/DPOC, doença cardíaca, distúrbios gastrointestinais ou urinários em que maior atividade colinérgica pode piorar sintomas
– Direção à noite: a miose pode reduzir a visão noturna. Evite dirigir em condições de baixa luminosidade se notar piora da visão.
Interações com outros medicamentos
– Anticolinérgicos (p. ex., atropina, ciclopentolato) podem antagonizar o efeito da pilocarpina.
– Uso conjunto com outros antiglaucomatosos (beta-bloqueadores, análogos de prostaglandina, inibidores de anidrase carbônica, alfa-agonistas) é comum, mas deve ser sempre coordenado pelo(a) oftalmologista.
– Informe também remédios sistêmicos e colírios usados por conta própria. Não inicie nem suspenda medicações sem orientação.
Riscos para a saúde: quando se preocupar
– Dor ocular intensa, visão muito embaçada, halos coloridos, náuseas/vômitos, perda súbita de visão ou sinais descritos acima requerem avaliação imediata.
– Se os efeitos colaterais atrapalham sua rotina (por exemplo, visão noturna ruim), converse com seu médico sobre ajustes.
Armazenamento e manuseio
– Conservar em temperatura ambiente, protegido de luz e umidade.
– Mantenha o frasco bem fechado e não toque a ponta do gotejador.
– Observe a data de validade.
– Sobre prazo após a abertura: siga a bula do fabricante. Como prática geral de segurança em colírios com conservante, muitos serviços orientam descarte cerca de 30 dias após abertos, salvo indicação diferente na bula.
Quem não deve usar sem avaliação
– Pessoas com as condições listadas em contraindicações
– Crianças, gestantes e lactantes devem ter avaliação individualizada
– Qualquer pessoa sem diagnóstico definido: o uso inadequado pode mascarar sintomas e atrasar o tratamento correto
Dúvidas comuns
– Pilocarpina (Isopto Carpine) é a primeira escolha para todo glaucoma? Não necessariamente. O esquema ideal depende do tipo de glaucoma, da PIO alvo, do exame do ângulo e de características individuais. Muitas vezes é usada em combinação com outras classes.
– Dá para usar só quando a PIO “sobe”? Não. O uso típico é regular, no horário prescrito, para manter a PIO controlada ao longo do dia.
Quando procurar o(a) oftalmologista
– Início do tratamento, trocas de dose e revisão de efeitos
– Sinais de piora visual, dor ocular, alterações importantes na visão noturna
– Acompanhamento de rotina do glaucoma e exames complementares (ex.: tonometria, campimetria, OCT)
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Estamos em Erechim–RS e contamos com oftalmologistas, exames e acompanhamento contínuo para glaucoma. Se você usa Pilocarpina (Isopto Carpine) ou tem dúvidas sobre o Cloridrato de pilocarpina 2%, agende uma avaliação. Cuidar da visão é cuidar da sua qualidade de vida.
– Agende sua consulta: link no site (veja em “Agendar consulta” abaixo)
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Aviso importante
Conteúdo informativo; não substitui consulta. Não use medicamentos sem orientação médica.
Fontes confiáveis (abra em nova aba)
– Bula do Isopto Carpine (Alcon) – bulario ANVISA: https://bulario.anvisa.gov.br/
– EyeWiki/AAO – Pilocarpine: https://eyewiki.aao.org/Pilocarpine
– Sociedade Brasileira de Glaucoma (informações ao paciente): https://www.sbglaucoma.org.br/