Conteúdo informativo; não substitui consulta médica. Em caso de sintomas, procure avaliação com oftalmologista.
O que é Anfotericina B colírio?
A Anfotericina B colírio é um antifúngico de uso oftálmico preparado por manipulação (magistral) sob prescrição médica. Seu uso principal é no tratamento de ceratite fúngica grave, especialmente por leveduras (como Candida spp.) e alguns fungos filamentosos. Por se tratar de formulação magistral, a qualidade, a concentração (ex.: 0,15%) e a estabilidade dependem do padrão da farmácia de manipulação e das orientações do seu médico.
Para que serve a Anfotericina B colírio
– Tratamento de ceratite fúngica grave (infecção da córnea causada por fungos).
– Pode ser indicada quando há suspeita clínica forte ou confirmação por exames (raspado corneano, cultura, PCR) de infecção fúngica.
– Em muitos casos, é usada em associação a outros antifúngicos oftálmicos conforme avaliação do especialista.
Como a Anfotericina B funciona
A Anfotericina B liga-se ao ergosterol (um componente da membrana dos fungos), formando poros que desestabilizam a membrana e levam à morte celular. Esse mecanismo confere atividade contra diversas espécies fúngicas, porém também pode causar irritação local na superfície ocular, exigindo acompanhamento próximo.
Como usar (orientações gerais) 👁️💧
Atenção: siga exatamente a prescrição do seu oftalmologista. A posologia pode variar conforme o agente causal, a gravidade e a resposta clínica. Em linhas gerais:
– Fase inicial (aguda): em ceratites graves, o médico pode orientar 1 gota a cada 1 hora durante o dia (e, às vezes, durante a noite), por 24–48 horas.
– Taper (redução gradual): com melhora clínica, o intervalo entre as gotas é ampliado (ex.: a cada 2–4 horas), até suspensão conforme avaliação médica.
– Duração: frequentemente por semanas; interromper precocemente pode favorecer recidiva.
– Técnica de instilação:
1) Higienize as mãos.
2) Evite encostar o frasco no olho/pálpebra.
3) Puxe levemente a pálpebra inferior e pingue 1 gota no saco conjuntival.
4) Feche os olhos por 1–2 minutos e pressione suavemente o canto interno para reduzir absorção sistêmica.
– Intervalo entre colírios: se usar outros colírios (antifúngicos, antibióticos, lubrificantes), aguarde 5–10 minutos entre eles para não diluir o efeito.
– Dor intensa ao pingar, piora importante da vermelhidão, visão borrada progressiva ou secreção abundante exigem contato imediato com o médico.
Conservação e validade
– Armazenamento: manter refrigerado (2–8 °C), protegido da luz, salvo orientação distinta no rótulo.
– Prazo de uso: por ser preparação magistral, costuma ter validade curta após a manipulação (geralmente 7–14 dias). Verifique o rótulo e descarte após o prazo.
– Sinais de instabilidade: alteração de cor, turbidez/precipitado, frasco danificado ou data vencida — não utilize.
– Transporte: leve em embalagem térmica quando for se deslocar por longos períodos.
Quem não deve usar (contraindicações)
– Alergia conhecida à Anfotericina B ou a componentes da fórmula.
– Hipersensibilidade severa prévia ao uso do colírio.
– Em casos de perfuração corneana iminente/instalada ou úlcera muito profunda, o manejo é individualizado e pode requerer abordagem cirúrgica.
Sempre discuta seu histórico com o oftalmologista.
Efeitos colaterais mais comuns
– Ardor, dor ocular e sensação de corpo estranho.
– Vermelhidão (hiperemia), lacrimejamento, fotofobia.
– Ceratopatia pontuada superficial, atraso da reepitelização.
– Edema palpebral e conjuntival.
Efeitos menos comuns e graves: afinamento corneano, infecções secundárias, infiltrado inflamatório intenso, raramente progressão para perfuração (relacionada à própria ceratite grave). Ao notar piora clínica, suspenda por conta própria? Não. Contate o médico imediatamente para ajuste do esquema.
Interações com outros medicamentos
– Colírios concomitantes: pode ser usado com outros antifúngicos ou antibióticos tópicos quando prescrito; mantenha intervalo de 5–10 minutos entre aplicações.
– Corticoides tópicos: seu uso em ceratite fúngica ativa é restrito e somente sob supervisão, pois pode piorar a infecção.
– Anestésicos tópicos: não use por conta própria; podem atrasar a cicatrização.
– Lubrificantes: podem ser associados para conforto, respeitando intervalos.
A absorção sistêmica do colírio é mínima, mas informe ao médico todos os medicamentos e colírios que utiliza.
Lentes de contato: pode usar?
– Durante o tratamento da ceratite fúngica, NÃO é recomendado usar lentes de contato.
– Se, em fase específica do tratamento, o médico liberar o uso, retire as lentes antes de pingar o colírio e aguarde pelo menos 15–20 minutos para recolocá-las.
– Prefira lentes e estojos novos ao retomar o uso, para reduzir risco de reinfecção. Saiba mais sobre cuidados em Lentes de Contato na nossa página dedicada.
Gravidez e amamentação 🤰🤱
– Gravidez: a Anfotericina B sistêmica é considerada opção de escolha para micoses graves na gestação em muitos cenários. No uso oftálmico tópico, a absorção sistêmica é baixa, mas faltam estudos robustos. Utilize apenas se o potencial benefício superar os riscos, com acompanhamento obstétrico e oftalmológico.
– Amamentação: não há evidências de risco significativo com uso tópico ocular; ainda assim, use com cautela e orientação médica.
Riscos para a saúde e sinais de alerta
– A ceratite fúngica pode evoluir rapidamente, comprometendo a visão. Procure atendimento imediato se houver:
– piora da dor e da visão nas primeiras 48–72 horas,
– aumento de secreção densa,
– aparecimento de área esbranquiçada maior na córnea,
– sensação de olho muito duro,
– trauma ocular,
– suspeita de perfuração (saída de líquido, dor súbita intensa).
– O acompanhamento frequente com o oftalmologista é parte fundamental do tratamento.
Perguntas frequentes (FAQ)
– Para que serve a Anfotericina B colírio?
Para tratar ceratite fúngica grave, conforme prescrição do oftalmologista.
– Como usar corretamente?
Siga a receita. Em geral, começa-se com aplicações frequentes e reduz-se gradualmente conforme melhora. Respeite a técnica de instilação e os intervalos entre colírios.
– Quais são os efeitos colaterais?
Irritação, ardor, vermelhidão e possível toxicidade epitelial. Avise seu médico se houver piora.
– Posso dirigir após pingar?
Evite dirigir imediatamente após a aplicação; visão pode ficar turva por alguns minutos.
– Posso usar com lentes de contato?
Não durante a fase ativa da infecção. O médico indicará quando é seguro retornar.
– Qual a validade do frasco?
Verifique o rótulo da farmácia de manipulação; em geral, 7–14 dias sob refrigeração.
Exames e acompanhamento na Clínica de Olhos Erechim
– Diagnóstico assertivo exige exame à lâmpada de fenda, raspado corneano e, quando indicado, cultura e testes específicos.
– Nossa equipe dispõe de estrutura para diagnóstico e seguimento rigoroso de infecções da córnea.
– Precisa de avaliação? Agende sua consulta em Erechim-RS e cuide da sua visão com segurança.
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Fontes e leitura recomendada (abrirá em nova aba)
– ANVISA – Bulário Eletrônico: Anfotericina B (uso sistêmico). Disponível em: consultas.anvisa.gov.br
– American Academy of Ophthalmology – Fungal Keratitis Preferred Practice Pattern. Disponível em: aao.org
– Revisões sobre tratamento de ceratite fúngica em periódicos oftalmológicos (Eye, Cornea).
Aviso importante
Conteúdo informativo; não substitui consulta com profissional habilitado. O uso de Anfotericina B colírio deve ser feito exclusivamente sob prescrição e acompanhamento de oftalmologista.