😊 Visão geral
O Cloranfenicol é um antibiótico de amplo espectro disponível nas formas 0,5% colírio e 1% pomada oftálmica. É indicado principalmente para tratar infecções bacterianas dos olhos, como conjuntivites e blefarites. A seguir, explicamos para que serve, como usar com segurança, efeitos colaterais, contraindicações, interações e cuidados especiais com lentes de contato e na gravidez. Ao final, veja quando procurar atendimento e fontes confiáveis.
Aviso importante: Conteúdo informativo; não substitui consulta. Para avaliação e tratamento personalizados, fale com nossos especialistas e agende sua consulta na Clínica de Olhos Erechim.
O que é o Cloranfenicol e como age?
O Cloranfenicol (princípio ativo: cloranfenicol) é um antibiótico que inibe a síntese de proteínas das bactérias (ligação à subunidade 50S ribossomal), atuando contra diversos agentes causadores de infecções oculares. Por ser de amplo espectro, cobre muitas bactérias gram-positivas e gram-negativas comuns em conjuntivites bacterianas e infecções superficiais das pálpebras.
No Brasil, antibióticos exigem prescrição médica e controle de dispensação. O uso deve ser feito apenas sob orientação do oftalmologista, pelo menor tempo necessário para o controle da infecção.
Para que serve o Cloranfenicol?
- Conjuntivite bacteriana (vermelhidão, secreção purulenta, areia nos olhos).
- Blefarite (inflamação das pálpebras) de provável origem bacteriana.
- Hordeólo (terçol) e meibomite como coadjuvante, quando indicado.
- Ceratite superficial bacteriana leve, em casos selecionados e sempre com avaliação médica.
Não tem ação contra vírus (p. ex., conjuntivite viral), fungos ou alergias. Se os sintomas forem de origem não bacteriana, o uso de antibiótico não trará benefício e pode mascarar a doença.
Quem não deve usar (contraindicações)
- Hipersensibilidade conhecida ao cloranfenicol ou a qualquer componente da fórmula.
- Histórico de depressão medular/aplasia de medula óssea ou discrasias sanguíneas.
- Recém-nascidos: uso tópico exige cautela rigorosa e somente com prescrição e acompanhamento.
- Infecções virais/fúngicas não tratadas.
Atenção em situações especiais: gravidez e amamentação exigem avaliação risco-benefício individualizada. Em idosos e crianças, o uso deve ser sempre supervisionado.
Como usar o Cloranfenicol (posologia e técnica)
Siga sempre a prescrição do seu oftalmologista. As orientações abaixo são gerais e podem variar conforme o caso.
Cloranfenicol 0,5% colírio
- Lave as mãos.
- Agite o frasco, incline a cabeça para trás e puxe a pálpebra inferior formando uma “bolsa”.
- Pingue 1 gota no olho afetado, sem encostar o bico do frasco no olho ou nos dedos.
- Frequência usual: 1 gota a cada 2 a 4 horas nas primeiras 24–48 h, ajustando depois para 4 vezes ao dia conforme melhora. Duração típica: 7 dias (ou conforme orientação).
- Após pingar, faça oclusão do ponto lacrimal (pressione suavemente o canto interno do olho por 1–2 minutos) para reduzir absorção sistêmica e efeitos adversos.
Cloranfenicol 1% pomada oftálmica
- Com as mãos limpas, aplique uma fita de ~1 cm no fundo do saco conjuntival inferior.
- Feche os olhos suavemente por 1–2 minutos. A pomada pode embaçar a visão; prefira usar à noite.
- Frequência usual: 2 a 4 vezes ao dia, conforme prescrito, por 5–7 dias.
Dicas importantes
- Se usar mais de um colírio, respeite intervalo de 5–10 minutos entre eles; pomadas devem ser aplicadas por último.
- Não interrompa o tratamento antes do prazo, mesmo com melhora, a menos que seu médico oriente.
- Descarte o frasco/ bisnaga após o período indicado na bula (muitos produtos valem 28–30 dias após abertos).
Lentes de contato: posso usar durante o tratamento?
Em geral, não. Em infecções oculares, recomenda-se interromper o uso de lentes de contato até a alta médica. Conservantes como o cloreto de benzalcônio presentes em alguns colírios podem danificar lentes gelatinosas e irritar a superfície ocular.
- Retome as lentes apenas quando a infecção tiver sido resolvida e com liberação do oftalmologista.
- Ao reinserir, use um protocolo de higiene de lentes rigoroso e considere soluções de limpeza novas.
Efeitos colaterais e riscos para a saúde
A maioria dos pacientes tolera bem o cloranfenicol tópico. Os efeitos colaterais mais comuns incluem:
- Ardência, leve desconforto ou sensação de areia imediatamente após pingar.
- Olhos vermelhos, lacrimejamento ou coceira.
- Visão borrada temporária (mais comum com pomada).
Efeitos menos comuns/raros:
- Reações alérgicas (inchaço de pálpebras, piora da vermelhidão, urticária).
- Superinfecção por fungos com uso prolongado.
- Depressão de medula óssea (inclusive anemia aplástica) é muito rara com uso ocular tópico, mas já foi descrita; por isso, use a menor duração efetiva e sob supervisão.
Procure atendimento imediato se houver dor intensa, piora rápida da visão, secreção espessa persistente por >48 h de tratamento, edema importante, fotofobia intensa, febre, sangramentos ou sinais gerais de alergia.
Interações com outros medicamentos
- O uso ocular tem absorção sistêmica mínima, mas, por precaução, informe seu médico sobre todas as medicações (incluindo fitoterápicos).
- Evite uso concomitante prolongado com fármacos que deprimem a medula óssea (p. ex., alguns quimioterápicos) sem orientação.
- Se estiver em tratamento sistêmico que exige anticoagulação (p. ex., varfarina) ou antidiabéticos orais, informe o médico. Interações relevantes são raras com o uso tópico, mas devem ser avaliadas.
- Entre colírios, espaçar as instilações e aplicar na ordem correta (soluções → suspensões → géis → pomadas).
Cloranfenicol na gravidez e amamentação
Durante a gravidez, o cloranfenicol tópico deve ser usado apenas se o benefício superar o risco, após avaliação médica. Embora a absorção ocular seja baixa, existe preocupação histórica com o princípio ativo (baseada em uso sistêmico). Na amamentação, normalmente evita-se ou usa-se por curto período, com oclusão do ponto lacrimal e monitoramento do lactente, conforme orientação.
Cuidados práticos e armazenamento
- Conserve conforme a bula (alguns devem ficar sob refrigeração antes de abrir; verifique o rótulo).
- Mantenha o frasco/bisnaga bem fechado e não compartilhe o medicamento.
- Higiene das pálpebras e compressas mornas podem ser recomendadas como adjuvantes, se seu médico orientar.
Perguntas frequentes
Para que serve o Cloranfenicol?
Para tratar infecções bacterianas dos olhos, especialmente conjuntivite e blefarite.
Como usar o Cloranfenicol com segurança?
Aplicar conforme prescrito, respeitar intervalos, evitar tocar o bico do frasco, ocluir o ponto lacrimal e cumprir o tempo de tratamento.
Quais são os efeitos colaterais?
Irritação leve, ardor e visão borrada temporária. Reações alérgicas e alterações hematológicas são raras; suspenda e procure avaliação se ocorrerem.
Posso usar com lentes de contato?
Não durante a infecção. Retome apenas após liberação médica e com higiene rigorosa das lentes.
Cloranfenicol precisa de receita?
Sim. No Brasil, antibióticos têm prescrição obrigatória e controle de venda.
Cloranfenicol na gravidez: pode?
Uso apenas quando necessário e com avaliação individual do risco-benefício pelo médico.
Quando devo procurar o oftalmologista?
- Sintomas moderados a graves, dor ocular, comprometimento visual ou fotofobia.
- Falta de melhora em 48–72 h de tratamento.
- Recorrência frequente de conjuntivite/blefarite.
- Usuários de lentes de contato e crianças pequenas.
Se você está com sintomas ou tem dúvidas sobre o uso de Cloranfenicol, nossa equipe pode ajudar. Agende sua consulta e cuide da sua visão com segurança.
Serviços relacionados na Clínica de Olhos Erechim
Fontes confiáveis
- ANVISA – Bulário eletrônico: Cloranfenicol
- NHS – Chloramphenicol (informações para pacientes)
- American Academy of Ophthalmology (EyeWiki) – Chloramphenicol
Conteúdo informativo; não substitui consulta médica individualizada.