Lissamina verde colírio: para que serve e como usar

Introdução 👁️
A Lissamina verde 1% é um corante oftálmico usado como colírio para diagnosticar alterações da superfície ocular. É uma ferramenta importante em consultas e exames, especialmente na investigação de olho seco, irritações conjuntivais, lesões por lente de contato e outras condições que afetam a conjuntiva e a córnea. Por ser um produto de uso diagnóstico, sua aplicação e interpretação devem ser feitas por um(a) oftalmologista.

O que é a Lissamina verde colírio 1%?
A Lissamina verde é um corante vital que se liga a células epiteliais danificadas, descamadas ou desvitalizadas da conjuntiva e, em menor grau, da córnea. Diferentemente da fluoresceína, que realça quebras na camada epitelial e o filme lacrimal, a Lissamina verde evidencia áreas de sofrimento celular e ressecamento, ajudando a mapear a extensão do dano e orientar o tratamento.

Para que serve Lissamina verde (indicações)
• Avaliação do olho seco (disfunção do filme lacrimal) e inflamações da superfície ocular.
• Detecção de dano conjuntival por exposição, uso de lentes de contato ou blefarites.
• Apoio no diagnóstico de conjuntivites crônicas, ceratoconjuntivite sicca e doenças autoimunes que acometem a superfície ocular.
• Complemento de outros testes (ex.: fluoresceína, rosa bengala) para um diagnóstico mais completo.
• Monitoramento da resposta ao tratamento (lubrificantes, anti-inflamatórios, higiene palpebral, ajustes na lente de contato).

Como usar Lissamina verde (aplicação clínica)
A Lissamina verde 1% é aplicada no consultório ou serviço de saúde. O procedimento é rápido e indolor:
1) Preparação: o(a) médico(a) pode pingar 1 gota no saco conjuntival inferior ou umedecer uma tira/haste com o corante.
2) Distribuição: o(a) paciente pisca algumas vezes para espalhar o corante pela superfície do olho.
3) Observação: com luz adequada (geralmente luz branca, às vezes com filtro específico), o(a) oftalmologista observa e documenta o padrão de coloração.
4) Interpretação: o padrão e a intensidade do tingimento orientam o diagnóstico e a conduta.
Importante: este produto não deve ser utilizado sem orientação. A interpretação incorreta pode levar a diagnósticos equivocados e atrasar o tratamento adequado.

Efeitos colaterais da Lissamina verde
A Lissamina verde é, em geral, bem tolerada. Possíveis reações incluem:
• Ardor leve, sensação de areia ou lacrimejamento por alguns minutos.
• Hiperemia (olho vermelho) transitória.
• Sabor amargo passageiro pela drenagem nasolacrimal.
• Coloração temporária de secreções (lágrima) e pele periocular quando há contato.
Eventos raros:
• Reações alérgicas locais (coceira intensa, edema palpebral, vermelhidão marcante). Caso ocorram, avise a equipe imediatamente.
• Contaminação do frasco multidoses quando manuseado de forma inadequada, com risco de infecção ocular. Por isso, a aplicação deve ser feita por profissionais e com técnica asséptica.

Contraindicações e precauções
• Hipersensibilidade conhecida a Lissamina verde ou a componentes da formulação.
• Cautela em olhos muito inflamados, com epitélio severamente comprometido, conforme avaliação médica.
• Não utilizar lentes de contato durante o exame; veja orientações abaixo.
• Automedicação não indicada: trata-se de um agente de diagnóstico para uso por profissionais.

Lissamina verde pode usar com lentes de contato?
• Antes do exame: remova as lentes de contato. O corante pode manchar temporariamente lentes gelatinosas e interferir na avaliação.
• Após o exame: aguarde, em geral, 30–60 minutos ou conforme orientação do(a) oftalmologista antes de recolocar as lentes, garantindo que o olho esteja confortável e o excesso de corante eliminado.
• Adaptadores de lente de contato: a Lissamina verde é útil para detectar áreas de atrito (ex.: lid wiper epitheliopathy) e ressecamento associados ao uso de lentes, ajudando a ajustar material, solução, tempo de uso e higiene. Se você usa lentes e sente ardor, visão embaçada ao fim do dia ou vermelhidão, agende uma avaliação especializada.

Gravidez e amamentação
• Gravidez: não há evidência robusta de risco fetal com o uso diagnóstico tópico e pontual, que apresenta mínima absorção sistêmica. Ainda assim, em saúde materno-fetal, recomenda-se utilizar apenas quando necessário e por profissional habilitado, ponderando riscos e benefícios.
• Amamentação: é improvável que cause efeitos no lactente quando usado de forma ocasional em exame. Informe sua condição ao(à) oftalmologista para adequar a conduta.
Em ambos os casos, decisões compartilhadas e registro em prontuário são boas práticas.

Interações com outros medicamentos e colírios
• Em contexto diagnóstico, a Lissamina verde pode ser usada junto de outros testes (fluoresceína, anestésicos tópicos). Não há interações clinicamente significativas conhecidas em uso pontual.
• Se você usa colírios de rotina (antiglaucomatosos, lubrificantes, anti-inflamatórios), informe à equipe. O(a) médico(a) pode organizar a ordem dos testes para não prejudicar a leitura.

Riscos para a saúde: o que considerar
• O risco é baixo quando o produto é manuseado adequadamente por profissionais.
• Potenciais riscos incluem irritação, reação alérgica e contaminação do frasco em uso prolongado/indevido.
• Profissionais adotam técnicas assépticas, descartam material quando necessário e monitoram desconfortos para minimizar eventos adversos.

Diferenças entre Lissamina verde, fluoresceína e rosa bengala
• Lissamina verde: marca células desvitalizadas e áreas de ressecamento, com boa tolerabilidade e conforto. Ideal para mapear dano conjuntival e bordas palpebrais.
• Fluoresceína: evidencia quebras do epitélio e avalia filme lacrimal, tempo de ruptura e abrasões corneanas; brilha sob luz azul cobalto.
• Rosa bengala: semelhante à Lissamina verde, porém pode causar mais ardor e fotossensibilidade; hoje é menos utilizada por desconforto.
A combinação de testes oferece uma visão mais completa da superfície ocular.

Como é feito o exame na prática (passo a passo)
1) Anamnese: sintomas (areia nos olhos, ardor, queimação, visão oscilante, lacrimejamento, sensibilidade à luz, uso de telas, uso de lentes de contato).
2) Avaliação inicial: biomicroscopia (lâmpada de fenda), inspeção palpebral e filme lacrimal.
3) Aplicação do corante: 1 gota de Lissamina verde 1% e piscadas suaves.
4) Documentação: o(a) médico(a) pode fotografar o padrão de tingimento para comparação futura.
5) Plano terapêutico: com base no padrão de coloração, podem ser indicados lubrificantes, medidas ambientais, terapia de blefarite, troca de lente/solução, entre outras.
Duração total: normalmente poucos minutos e sem dor. Você pode voltar às suas atividades rotineiras logo após.

Quando devo procurar o(a) oftalmologista?
• Sintomas persistentes de olho seco, ardor, areia nos olhos, cansaço visual ou vermelhidão frequente.
• Desconforto com lentes de contato, visão embaçada ao final do dia ou intolerância progressiva às lentes.
• Doenças sistêmicas (tireoidopatia, doenças reumatológicas) com queixas oculares.
• Após cirurgias oculares, para monitorar cicatrização da superfície.

Perguntas frequentes (FAQ)
• A Lissamina verde machuca? Não. Pode arder levemente por poucos instantes.
• Posso comprar e usar em casa? Não é recomendado. É um agente de diagnóstico; a avaliação deve ser feita por profissional habilitado.
• Mancha a pele ou roupa? Pode provocar leve coloração temporária se houver contato direto. Proteja a área durante o exame.
• Crianças podem fazer o exame? Sim, quando indicado e com técnica adequada.

Cuidados antes do exame
• Avise sobre alergias oculares, uso de lentes e todos os colírios ou medicamentos sistêmicos em uso.
• Chegue com as lentes removidas e o estojo/solução para recolocá-las após a avaliação, se liberado pelo(a) médico(a).
• Evite maquiagem pesada nos olhos no dia do exame, pois pode interferir na observação.

Tratamento e acompanhamento: o que esperar após o exame
A Lissamina verde não trata—ela ajuda a diagnosticar. A partir do padrão de tingimento, seu(ua) oftalmologista pode recomendar:
• Lubrificantes oculares, géis ou pomadas noturnas.
• Higiene palpebral e tratamento de blefarites/meibomite.
• Ajustes de hábitos (telas, ambiente seco) e pausas visuais.
• Mudança de tipo de lente de contato, soluções de limpeza e tempo de uso.
• Em casos específicos, anti-inflamatórios tópicos, imunomoduladores, tampões de pontos lacrimais ou terapias de luz.
O acompanhamento regular permite medir a resposta e ajustar o plano terapêutico.

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Aviso importante
Conteúdo informativo; não substitui consulta, diagnóstico ou tratamento com profissional habilitado. Em caso de sintomas, procure avaliação presencial.

Fontes e leituras recomendadas
• ANVISA – Medicamentos: Consulta e bulas oficiais. Disponível em: consultas.anvisa.gov.br.
• American Academy of Ophthalmology (AAO) – Corneal and External Disease, surface staining and diagnostic dyes. Disponível em: www.aao.org.
• TFOS DEWS II Report – Diagnóstico e manejo do olho seco. Disponível em: www.tearfilm.org.
• Bula/ficha técnica do fabricante do corante Lissamina verde (quando aplicável no Brasil). Consulte sempre o material oficial do produto utilizado no serviço.