Lucentis injeção intravítrea: uso, riscos e efeitos

Lucentis (ranibizumabe) — Anti‑VEGF intravítreo

Conteúdo informativo; não substitui consulta com oftalmologista.

O que é o Lucentis?
Lucentis é o nome comercial do ranibizumabe, um medicamento anti‑VEGF intravítreo. Ele é aplicado dentro do olho, em ambiente médico, para tratar doenças da retina que formam vasos sanguíneos anormais e causam edema (inchaço) e perda visual. A apresentação mais utilizada é 0,5 mg/0,05 mL.

Para que serve o Lucentis (indicações)
O Lucentis está indicado, conforme bula e diretrizes oftalmológicas, para:
– Degeneração macular relacionada à idade (DMRI) neovascular/“úmida”.
– Edema macular diabético (DME).
– Edema macular secundário à oclusão venosa da retina (RVO: oclusão de veia central ou de ramo).
Essas condições compartilham um mecanismo central: excesso do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), que aumenta vazamento e neovascularização. O ranibizumabe bloqueia o VEGF, reduz o edema e ajuda a estabilizar ou melhorar a visão.

Como usar: quem aplica e como funciona o tratamento
– Aplicação: o Lucentis é administrado por um(a) oftalmologista via injeção intravítrea (dentro do olho), sob anestesia tópica (colírio) e assepsia rigorosa. Não é colírio nem pomada e não deve ser autoaplicado.
– Dose habitual: 0,5 mg (0,05 mL) por aplicação.
– Esquemas de tratamento:
• Fase inicial: aplicações mensais até estabilização da visão e do exame de tomografia de coerência óptica (OCT).
• Manutenção: esquemas “prn” (conforme necessidade) ou “treat‑and‑extend” (tratar e estender intervalos gradualmente, se estável). O intervalo é individualizado pelo seu médico.
– Duração: variável. Algumas pessoas precisam de aplicações mensais por alguns meses; outras mantêm intervalos de 6–12 semanas ou mais, a depender da resposta.
– Acompanhamento: consultas periódicas com exame de retina e, frequentemente, OCT para guiar a necessidade de novas doses.

Passo a passo da aplicação (o que esperar)
1) Preparação: avaliação clínica, dilatação da pupila e limpeza das pálpebras/conjuntiva com antisséptico (geralmente iodo povidona).
2) Anestesia: colírio anestésico para conforto.
3) Injeção: a medicação é aplicada em segundos; é comum ver “moscas volantes” ou uma sombra logo após.
4) Pós‑procedimento: sua visão pode ficar borrada por algumas horas. Evite coçar o olho. Seu médico informará quando retornar e se será necessário algum colírio.
5) Alerta: dor intensa, piora súbita da visão, sensibilidade importante à luz ou secreção purulenta não são esperados — procure assistência imediatamente.

Efeitos colaterais do Lucentis (o que pode acontecer)
Comuns e geralmente leves:
– Hemorragia subconjuntival (mancha vermelha no branco do olho) — estética, regride sozinha.
– Irritação ocular leve, sensação de areia, olho vermelho.
– Aumento transitório da pressão intraocular logo após a aplicação.
– Moscas volantes temporárias.

Menos comuns, porém importantes (procure o oftalmologista):
– Inflamação intraocular (uveíte), dor ocular significativa.
– Endoftalmite (infecção dentro do olho) — rara, mas grave; sinais: dor forte, baixa visual, secreção, fotofobia.
– Descolamento de retina ou ruptura do epitélio pigmentar.
– Eventos tromboembólicos arteriais sistêmicos (ex.: AVC, isquemia) são raros; o risco absoluto é baixo, mas maior em pacientes com fatores de risco cardiovasculares.
– Alergia/hipersensibilidade ao ranibizumabe ou a componentes da formulação (rara).

Contraindicações e cuidados
– Infecção ocular ou periocular ativa (ex.: conjuntivite, blefarite severa) — adiar até resolução.
– Inflamação intraocular ativa.
– Hipersensibilidade conhecida ao ranibizumabe ou a excipientes.
– Gravidez: ver seção “Gravidez e amamentação”.
– Amamentação: avaliar risco‑benefício com o médico.
– Monitorização: checagem de pressão intraocular, retina e OCT conforme necessidade clínica.

Lentes de contato: posso usar com Lucentis?
– No dia da aplicação, evite usar lentes de contato.
– Recomece apenas quando o olho estiver confortável, sem vermelhidão, dor ou secreção — geralmente após 24–48 horas.
– Higienize corretamente estojo e lentes. Se houver qualquer sinal de irritação ou visão borrada persistente, suspenda o uso e avise seu oftalmologista.
Para adaptação de lentes e cuidados, conheça nossa página de Lentes de Contato: clique aqui.

Gravidez e amamentação
– Gravidez: o ranibizumabe é um anti‑VEGF; por potencial risco ao feto, não é recomendado na gestação, salvo se o benefício potencial justificar o risco. Mulheres com potencial de engravidar devem usar contracepção durante o tratamento e por cerca de 3 meses após a última injeção. Se engravidar, informe seu oftalmologista imediatamente.
– Amamentação: não se sabe ao certo se passa para o leite em quantidades relevantes. A decisão de tratar e manter a amamentação deve ser individualizada.
Sempre discuta planejamento reprodutivo com seu médico assistente.

Interações com outros medicamentos e condições
– Anti‑VEGF sistêmicos: pode haver aumento teórico do risco de eventos tromboembólicos quando combinado.
– Anticoagulantes e antiagregantes: não são contraindicados, mas podem aumentar a chance de hemorragia subconjuntival (benigna). Nunca suspenda por conta própria; alinhe conduta com seu cardiologista/angiologista.
– Outras drogas intravítreas: evitar aplicações concomitantes no mesmo olho no mesmo dia, a menos que indicado e planejado pelo especialista.
– Colírios: informe todos os colírios em uso (antiglaucomatosos, antibióticos, anti-inflamatórios, lágrimas artificiais).
– Condições sistêmicas: pacientes com história recente de AVC/infarto requerem avaliação individual de risco‑benefício.

Riscos para a saúde: como reduzir
– Escolha um serviço com protocolo rigoroso de antissepsia e ambiente adequado.
– Siga as orientações pré e pós‑procedimento (não coçar, não pressionar o olho, evitar piscinas/banheiras por alguns dias).
– Compareça aos retornos; o acompanhamento com OCT ajuda a detectar recidivas precocemente.
– Avise seu médico sobre novas medicações, cirurgias recentes ou sintomas sistêmicos.

Resultados esperados e tempo de resposta
– Muitas pessoas percebem estabilização e, em parte dos casos, melhora da visão nas primeiras aplicações.
– A resposta varia conforme a doença de base, tempo de sintomas, presença de cicatrizes e comorbidades.
– Interromper sem orientação pode levar à piora visual; mantenha o plano definido com seu oftalmologista.

Perguntas frequentes (FAQ)
– Dói? Com anestesia em colírio, a maioria relata apenas leve pressão/desconforto por segundos.
– Posso dirigir após a injeção? Evite dirigir no dia do procedimento devido à dilatação e visão borrada temporária.
– Vou precisar de muitas aplicações? Depende da resposta. Alguns controlam a doença com intervalos longos; outros necessitam aplicações mais frequentes.
– E se eu perder uma aplicação? Reagende o quanto antes. Atrasos podem permitir a reativação da doença.

Quando procurar ajuda imediatamente
– Dor ocular forte, piora súbita da visão, pontos/“nuvem” escura fixa, secreção purulenta, sensibilidade intensa à luz ou febre.
– Esses sinais podem indicar complicações como endoftalmite ou descolamento de retina e exigem avaliação urgente.

Por que tratar na Clínica de Olhos Erechim (Erechim‑RS)?
– Equipe especializada em retina e vítreo.
– Protocolos de segurança atualizados para injeções intravítreas.
– Tecnologia para diagnóstico (OCT, angiografia, etc.).
– Acompanhamento próximo para ajustar o tratamento ao seu caso.
Agende sua avaliação para discutir o uso de Lucentis: Agendar consulta. Conheça nossos exames e leia mais no blog.

Resumo em linguagem simples 😊
– Para que serve: tratar DMRI úmida, DME e edema por oclusão venosa da retina.
– Como usar: injeções intravítreas aplicadas por oftalmologista, em ciclos.
– Efeitos colaterais: geralmente leves; complicações graves são raras, mas exigem avaliação imediata.
– Lentes de contato: evite no dia e até desaparecer irritação.
– Gravidez: evitar; converse sobre planejamento familiar.
– Interações: informe todos os remédios; não suspenda anticoagulantes sem orientação.

Fontes confiáveis (abra em nova aba)
– Bula do Lucentis — Bulário ANVISA: consultar
– Informações para profissionais — EMA (ranibizumab): acessar
– Diretrizes — Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV): ver site

Aviso importante
Conteúdo informativo; não substitui consulta, diagnóstico ou tratamento médico. Em caso de sintomas ou dúvidas, procure um(a) oftalmologista.