Conteúdo informativo; não substitui consulta médica.
Resumo rápido
– O que é: colírio magistral de N‑acetilcisteína (NAC) 5–10% com ação mucolítica.
– Para que serve: especialmente em ceratite filamentar e quadros com filamentos/muco aderente na córnea; pode auxiliar em olho seco refratário e mucous fishing syndrome.
– Como usar: conforme prescrição; uso frequente 3–6x/dia, separando de outros colírios por 5–10 min. Remover lentes antes.
– Segurança: pode arder e ter odor “enxofre”; evite uso com lente no olho. Procure avaliação se piora dor/visão.
– Disponibilidade: preparado em farmácia de manipulação (magistral) mediante receita.
O que é o — (magistral) colírio
O — (magistral) é um colírio de N‑acetilcisteína (NAC) em concentrações usuais de 5% a 10%, preparado por farmácias de manipulação. A N‑acetilcisteína é um agente mucolítico: ela quebra ligações das mucoproteínas, tornando o muco menos pegajoso e mais fácil de remover. Em oftalmologia, isso ajuda a soltar e prevenir filamentos que se formam e aderem à superfície da córnea, uma causa importante de dor e desconforto ocular.
Para que serve (indicações usuais)
– Ceratite filamentar: principal indicação. Reduz o número e a aderência dos filamentos, aliviando dor, sensação de corpo estranho e lacrimejamento.
– Olho seco com muco espesso e filamentos: quando medidas convencionais (lubrificantes/anti-inflamatórios tópicos) não controlam o quadro.
– Mucous fishing syndrome (síndrome de “pescar muco”): diminui a produção de muco espesso e quebra o ciclo de manipulação ocular.
– Outros usos a critério médico: pode ser associado a higiene palpebral, lentes terapêuticas ou outras terapias conforme cada caso.
Observação: por ser magistral, trata-se de uso off-label em relação a apresentações comerciais prontas. A decisão terapêutica é individual e deve ser feita pelo oftalmologista.
Como usar — (magistral) colírio (posologia e técnica)
A posologia exata deve seguir a receita. Na prática clínica, emprega-se:
– Concentração: 5% a 10% (o médico define conforme gravidade e tolerância).
– Frequência: 3 a 6 vezes ao dia, podendo ser ajustada conforme resposta e efeitos.
– Duração: geralmente por semanas; depois, reavaliação para manutenção, desmame ou troca.
Passo a passo de aplicação
1) Higienize as mãos. 2) Remova lentes de contato. 3) Agite suavemente se orientado no rótulo. 4) Evite encostar o bico no olho/pálpebra. 5) Pingue 1 gota no saco conjuntival inferior. 6) Feche os olhos e faça oclusão do canto interno por 1 minuto (reduz absorção sistêmica). 7) Recoloque as lentes apenas após 15–20 minutos, se autorizado pelo seu médico.
Se você usa outros colírios
– Intervalo: separe 5–10 minutos entre produtos; aplique o NAC por último quando o objetivo for “quebrar” muco/filamentos.
– Pomadas oftálmicas: use após os colírios, geralmente à noite.
Esquecimento de dose
– Aplique assim que lembrar. Se estiver perto da próxima dose, pule a esquecida. Não dobre gotas.
O que você pode sentir (efeitos colaterais)
Efeitos comuns (geralmente leves e transitórios):
– Ardor/queimação ou irritação por alguns minutos após pingar.
– Lacrimejamento, visão borrada passageira.
– Odor característico de enxofre (normal para NAC).
Efeitos menos comuns ou que exigem atenção médica:
– Vermelhidão persistente, dor intensa, secreção purulenta.
– Reação alérgica (rara): coceira forte, inchaço palpebral, urticária.
– Piora da sensibilidade à luz ou da visão. Nessas situações, suspenda e procure seu oftalmologista.
Contraindicações e cuidados
– Alergia conhecida à N‑acetilcisteína ou a qualquer componente da fórmula.
– Infecções oculares ativas: o uso pode ser adiado ou combinado com antibióticos, a critério médico.
– Pós-operatório ocular: somente com liberação do cirurgião.
Interações com outros medicamentos
– Colírios e pomadas: respeite intervalos para não diluir/arrastar o outro produto.
– Conservantes: muitas fórmulas de NAC são sem conservantes. Se usar colírios com conservante (ex.: cloreto de benzalcônio), prefira aplicar o NAC por último e avaliar com seu médico.
– Interações sistêmicas são improváveis devido à baixa absorção por via ocular, mas informe ao seu especialista todos os remédios em uso.
Lentes de contato: posso usar?
– Não pingue o — (magistral) com as lentes nos olhos. Remova antes e recoloque após 15–20 minutos, salvo orientação diferente do seu médico.
– Em alguns casos, seu oftalmologista pode suspender temporariamente o uso de lentes ou indicar lente terapêutica.
Gravidez e amamentação
– Evidências específicas para uso oftálmico de N‑acetilcisteína na gestação são limitadas. Apesar da baixa absorção, recomenda-se uso apenas quando o benefício superar riscos, sempre com avaliação médica.
– Amamentação: a absorção sistêmica pelo uso ocular é mínima; ainda assim, utilize após orientação e informe seu médico se estiver amamentando.
Dica de segurança: faça oclusão do canto interno do olho por 1 minuto após pingar para reduzir absorção sistêmica.
Riscos para a saúde e alertas importantes
– Produto magistral: qualidade e estabilidade dependem da farmácia. Utilize estabelecimentos regularizados e siga o prazo de validade do rótulo.
– Contaminação: não encoste o frasco no olho/pálpebras; descarte se a solução ficar turva, mudar de cor ou após a validade indicada.
– Piora dos sintomas: dor intensa, queda da visão, fotofobia importante ou secreção purulenta exigem avaliação imediata.
Armazenamento e validade
– Conservação: geralmente sob refrigeração (2–8 °C). Evite congelar. Verifique as instruções do seu frasco.
– Validade: curta, frequentemente 14–30 dias após a manipulação; respeite o prazo do rótulo.
– Transporte: leve em embalagem térmica quando necessário.
Perguntas frequentes (FAQ)
– Tem cheiro forte? Sim, a NAC pode ter odor de enxofre; é esperado e não indica contaminação.
– Pode manchar? Em geral, não; mas pode deixar película temporária que borra a visão por minutos.
– É igual a lágrima artificial? Não. A NAC é mucolítica (quebra muco); as lágrimas artificiais são lubrificantes. Muitas vezes são usadas em conjunto.
– Quanto tempo para melhorar? Alguns pacientes relatam alívio em dias; filamentos podem reduzir em 1–2 semanas, com reavaliação periódica.
Quando procurar o oftalmologista
– Se os filamentos e o desconforto persistem apesar do uso adequado.
– Se surgirem dor forte, piora da visão, secreção amarelada ou vermelhidão intensa.
– Para revisar a causa de base (olho seco evaporativo/aquoso, blefarite, alergia) e ajustar o plano terapêutico.
Como a Clínica de Olhos Erechim pode ajudar
Nossa equipe avalia a causa do seu desconforto ocular, define a melhor concentração e esquema do — (magistral) quando indicado, e combina com outras terapias (higiene palpebral, lágrimas sem conservantes, tampões, anti-inflamatórios tópicos, lentes terapêuticas). Se você está em Erechim‑RS e região, fale com a gente.
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Fontes confiáveis (abrem em nova aba)
– EyeWiki (American Academy of Ophthalmology) – Filamentary Keratitis: https://eyewiki.aao.org/Filamentary_Keratitis (abre em nova aba)
– Publicação científica: Sivak-Callcott JA et al. Topical N-acetylcysteine in filamentary keratitis. Cornea. 1999;18(4): (PubMed): https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10360296/ (abre em nova aba)
– ANVISA – Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (RDC nº 67/2007): https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacias-e-drogarias/boas-praticas (abre em nova aba)
– Revisão sobre uso oftálmico de NAC: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25216336/ (abre em nova aba)
Aviso importante
Este conteúdo é informativo e não substitui consulta com oftalmologista. Cada caso deve ser avaliado individualmente.