O Voriconazol colírio 1% é um antifúngico (magistral) preparado em farmácia de manipulação para uso ocular. Ele é indicado por oftalmologistas principalmente em casos de infecções oculares por fungos (queratite fúngica), podendo atuar contra leveduras (como Candida) e alguns fungos filamentosos (como Aspergillus). Trata-se de um uso off-label no Brasil (não há apresentação industrializada oftálmica), por isso o acompanhamento médico é indispensável. 👁️
Para que serve o Voriconazol colírio?
O Voriconazol 1% colírio pode ser prescrito para:
- Queratite fúngica (infecção da córnea por fungos), especialmente por Candida e Aspergillus.
- Casos refratários ou como adjuvante a outros antifúngicos.
- Úlceras de córnea com suspeita fúngica, por exemplo, após trauma com material vegetal.
Observações importantes:
- Para Fusarium, a evidência atual favorece a natamicina 5% como primeira escolha; o voriconazol pode ser considerado em situações específicas e sob avaliação do especialista.
- O uso é sempre definido pelo oftalmologista após exame e, quando possível, identificação do agente.
Como usar o Voriconazol colírio 1% (técnica de aplicação)
O esquema de doses é individualizado pelo médico. Siga rigorosamente a prescrição. Para aplicar corretamente:
- 🧼 Lave as mãos.
- Agite suavemente o frasco, se orientado.
- Incline a cabeça, puxe a pálpebra inferior e pingue a gota sem encostar o bico no olho.
- Mantenha o olho fechado por 1 minuto e aperte levemente o canto interno (oclusão do ponto lacrimal) para reduzir a absorção sistêmica.
- Se usa outros colírios, espere 5 a 10 minutos entre eles.
Posologia (exemplos usados na prática clínica)
Estes são exemplos comuns; não use como guia de automedicação.
- Fase inicial: 1 gota a cada 1 hora enquanto acordado por 48–72 h.
- Fase de manutenção: reduzir para a cada 2 horas enquanto acordado, com taper gradual conforme resposta clínica por semanas.
- Em infecções graves, o médico pode associar outros antifúngicos tópicos (p.ex., natamicina 5% ou anfotericina B) e, em situações selecionadas, terapia sistêmica.
Nunca interrompa por conta própria. A duração costuma ser de semanas, com reavaliações frequentes para ajuste.
Efeitos colaterais
Podem ocorrer:
- Ardência, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, vermelhidão ocular.
- Visão borrada temporária após pingar.
- Fotofobia (sensibilidade à luz).
- Raramente: reação alérgica (inchaço de pálpebras, coceira intensa, piora rápida da dor), ceratite tóxica.
Se notar piora da dor, secreção intensa, diminuição da visão ou qualquer reação importante, procure atendimento imediatamente.
Contraindicações e precauções
- Hipersensibilidade ao voriconazol ou a outros azólicos.
- Gravidez: o uso tópico tem absorção sistêmica baixa, mas há dados limitados. Em geral, evita-se durante a gestação, a menos que o benefício supere os riscos. Converse com seu médico.
- Amamentação: falta evidência robusta; avaliar risco-benefício individualmente.
- Lentes de contato: não usar durante a infecção. Se o colírio contiver conservante (ex.: BAK), remover as lentes e aguardar ao menos 15 minutos antes de recolocá-las quando liberado pelo médico.
- Dirigir/operar máquinas: aguarde a visão clarear após a aplicação.
- Corticosteroides tópicos (colírios): podem piorar infecções fúngicas; seu uso só é considerado em fases específicas e com estreita supervisão.
Interações com outros medicamentos
A absorção sistêmica do Voriconazol colírio é baixa, então interações medicamentosas sistêmicas são improváveis. Ainda assim:
- Separe a aplicação de outros colírios em 5–10 minutos.
- Géis/unguentos oculares geralmente vão por último.
- Se usar voriconazol oral/IV concomitante, existem várias interações (ex.: estatinas, anticoagulantes, antiepilépticos). Informe seu médico sobre todos os medicamentos.
Lentes de contato: posso usar?
Durante a queratite fúngica e o tratamento com antifúngicos, não é recomendado usar lentes de contato. As lentes podem piorar a inflamação, facilitar reinfecção e reduzir a eficácia do colírio. Após a cura e alta médica, avalia-se o retorno ao uso de lentes com adaptação segura. Saiba mais sobre cuidados em Lentes de Contato.
Gravidez e amamentação
- Gravidez: por cautela, evita-se o uso. Se for imprescindível, o oftalmologista avaliará risco-benefício. Use a técnica de oclusão do ponto lacrimal por 1–2 minutos para reduzir absorção.
- Amamentação: não há dados suficientes sobre excreção no leite humano após uso tópico ocular. Avaliar caso a caso.
Riscos para a saúde do uso incorreto
- Progressão da infecção, com risco de perfuração corneana e necessidade de transplante.
- Resistência fúngica ao medicamento.
- Complicações por automedicação, atraso no diagnóstico diferencial (bacteriana, viral, parasitária) e uso inadequado de corticoide.
Ao primeiro sinal de piora, agende uma avaliação na Clínica de Olhos Erechim.
Conservação, preparo e validade
- Produto magistral: preparado em farmácia de manipulação sob prescrição.
- Armazenar conforme rótulo; muitos preparados exigem refrigeração (2–8 °C) e proteção da luz.
- Validade/Beyond-use date: frequentemente entre 14 e 30 dias após o preparo, a depender da formulação e do conservante. Siga o rótulo.
- Não congelar. Descartar se houver mudança de cor, partículas, frasco danificado ou contaminação.
Perguntas frequentes
Voriconazol é o nome comercial ou genérico?
Ambos: aqui usamos como nome comercial e princípio ativo.
É antifúngico?
Sim, pertence à classe terapêutica dos antifúngicos azólicos.
Posso associar com antibiótico ou outro antifúngico?
Em muitos casos sim, mas apenas com orientação do oftalmologista.
Quando procurar o oftalmologista com urgência
- Dor ocular intensa ou piora súbita.
- Visão embaçada progressiva.
- Secreção espessa, sensação de sombra manchando a visão.
- Trauma ocular com material vegetal, uso de lentes de contato com dor/vermelhidão.
Cuide da sua visão em Erechim-RS
Se você tem sintomas de infecção ocular ou recebeu prescrição de Voriconazol colírio, nossa equipe está pronta para ajudar com diagnóstico preciso, exames e acompanhamento especializado.
• Agendar consulta
• Exames
• Lentes de Contato
• Blog
Fontes e leituras recomendadas
- ANVISA – Bulário Eletrônico: Voriconazol (Vfend). Link
- American Academy of Ophthalmology. Preferred Practice Pattern: Bacterial, Fungal, and Acanthamoeba Keratitis. Link
- UpToDate – Fungal keratitis: clinical features and management. Link
- Troutman RC et al. Comparative effectiveness of natamycin vs voriconazole for filamentous fungal keratitis (MUTT). Link
Conteúdo informativo; não substitui consulta.