Pessoa cega com bengala na mão alerta sobre o Abril Marrom, o Mês de Prevenção, Combate e Reabilitação às Diversas Espécies de Cegueira

O que é Abril Marrom? O Mês de Prevenção, Combate e Reabilitação às Diversas Espécies de Cegueira

Abril Marrom é o mês destinado à Prevenção, Combate e Reabilitação das diversas espécies de cegueira, a intenção é informar e ajudar às pessoas a identificarem doenças que podem levar à cegueira em seus primeiros estágios, bem como levar conhecimento, reconhecimento e ajuda às pessoas que convivem com essa deficiência.

Como surgiu o Abril Marrom?

Foi uma iniciativa criada em 2016 pelo  Prof. Dr. Suel Abujamra, médico doutor em oftalmologia e ex-presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Abril foi escolhido por ser o mês onde comemoramos o Dia Nacional do Braille , já o marrom representa a cor de íris mais comum nos olhos dos brasileiros.

            O Dia Nacional do Braille, comemorado em 08 de abril, marca o nascimento de José Álvares de Azevedo, o professor que foi responsável por trazer o alfabeto Braille ao Brasil em 1850, 23 anos após ter sido criado, na França.

Qual a importância do Abril Marrom?

            Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 60% a 80% dos casos de cegueira são evitáveis quando as doenças que podem causá-la são identificadas em seus estágios iniciais. É aqui que mora um dos grandes pontos do Abril Marrom, alertar as pessoas sobre a necessidade da prevenção.

Às cinco doenças que causam cegueira evitável mais comuns no Brasil, segundo o Centro Oftalmológico Mabtum, são:

01. Catarata: a causa mais comum está associada a idade e os principais sintomas são visão dupla ou nebulosa e sensibilidade à luz;

02. Glaucoma: é causada principalmente pela elevação da pressão intraocular (pressão dentro dos olhos) e o principal sintoma são manchas escuras no olho;

03. Erros refratários: são condições adversas à visão que direcionam a luz para focá-la na retina, as mais comuns são miopia, astigmatismo e hipermetropia;

04. Retinopatia Diabética: está diretamente relacionado às pessoas que têm diabetes e seu principal sintoma são ponto ou manchas escuras flutuando na visão.

05. Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI): como o próprio sugere, é uma degeneração causada pela idade, que debilita a visão central. O principal sintoma é  a pessoa enxergar uma mancha no centro da imagem, não conseguindo ver com nitidez.

A maioria dessas doenças são silenciosas nas fases iniciais, por isso, a melhor forma de preveni-las é visitar regularmente um oftalmologista.

Também é importante prestar atenção aos mais velhos e às crianças, nem sempre eles conseguem expressar seus sintomas com exatidão, por isso mesmo, merecem cuidados redobrados.

Os tipos de cegueira

Infelizmente também existem aquelas doenças que levam a cegueira que não podem ser tratadas e podem levar a perda da visão de forma progressiva e irreversível, são as doenças raras e hereditárias da retina.

É sobre essa outra parte que o Abril Marrom também fala, é a Reabilitação às Diversas Espécies de Cegueira.

Tipos de cegueira

Engana-se quem pensa que cegueira é tudo igual, do ponto de vista médico, a cegueira pode ser dividida em cinco categorias. veja essa classificação apresentada pelo site da Unimed:

Cegueira parcial ou cegueira legal: quando a pessoa só consegue enxergar alguns vultos ou perceber projeções luminosas. É possível fazer algumas atividades sem adaptação

Cegueira total: visão nula. Não é possível perceber nem mesmo projeções de luz

Cegueira noturna: dificuldade ou incapacidade de enxergar em ambientes com pouca luz

Cegueira infantil: deficiência visual em crianças

Ambliopia: diminuição da visão devido a algum déficit neurológico; ocorre na infância.

O Abril Marrom é sobre saúde, conscientização e fazer tudo o que está ao nosso alcance para prevenir um quadro permanente de cegueira.

Para isso, o melhor plano é: visite seu oftalmologista de confiança regularmente.

Mas é importante que também aproveitemos essa data para refletir sobre os desafios da inclusão das pessoas com deficiência visual na nossa sociedade. Você já parou para pensar no mundo do lugar de um cego? A empatia e o conhecimento são as chaves para mudar o mundo que nos cerca.

Autor

Dr. André H. Agnoletto

Oftalmologista

CRM-RS: 33745 | RQE: 30028