Distrofia de Fuchs

Alteração genética que pode passar anos sem ser diagnosticada, a distrofia de Fuchs pode provocar danos severos aos olhos em idades avançadas. 

Descubra como identificar se você é portador dessa distrofia e o que fazer em caso de um diagnóstico positivo. 

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O que causa distrofia de Fuchs?

A distrofia de Fuchs é uma alteração hereditária (passa de pais para filhos) que compromete o funcionamento adequado da córnea. 

Ela afeta as células endoteliais da córnea, a camada mais externa, que é responsável por regular a quantidade de água no olho. 

Sua principal característica é ser bilateral lentamente progressiva. 

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Quais os sintomas de distrofia de Fuchs?

Os sintomas mais comum são: 

– Embaçamento visual pela manhã, que melhora no decorrer do dia;

– Dor nos olhos; 

– Sensibilidade à luz

– Distorção das imagens;

– E ver halos coloridos ao redor das luzes.

Porém, a maioria dos pacientes pode ser assintomático e receber o diagnóstico durante uma consulta de rotina com oftalmologista.

Por ser uma condição progressiva, em diversos casos o diagnóstico só é percebido a partir dos 50 anos de idade, pois é quando a espessura corneana aumenta e a acuidade visual cai.

Mas, com o acompanhamento correto e visitas anuais ao oftalmologista, é possível diagnosticar a condição a partir dos 20 anos de idade.

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O que piora a distrofia de Fuchs?

Uso indiscriminado de lentes de contato, sem acompanhamento adequado com oftalmologista, pode piorar a condição.

Em alguns casos, pode levar a um transplante de córnea.

Cirurgias intra-oculares, como a catarata, podem descompensar a Distrofia de Fuchs. 

O principal fator de descompensação é a contagem endotelial pré-operatória. 

Pacientes com contagens abaixo de 700 células devem ser orientados sobre potencial risco de descompensação e principalmente sobre necessidade de procedimento como cirurgia de transplante de córnea ou endotélio.

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Diagnóstico 

Para o diagnóstico são necessários dois exames:

1. Microscopia especular de córnea

Este exame avalia as células endoteliais da córnea. 

A quantidade de células é o primeiro fator de análise. 

Outro fator é a qualidade das células que costuma ser medida através do tamanho e do formato delas.

2. Paquimetria ultrassônica de córnea 

É usado para estimar a função do endotélio.

Se a córnea estiver com espessura acima de 640 micra, possivelmente a função das células endoteliais não está adequada. 

Estes dois exames são de extrema importância para diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com Distrofia de Fuchs.

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A Distrofia de Fuchs possui tratamento?

Nas fases iniciais e assintomáticas não se faz necessário nenhum tratamento, apenas o acompanhamento periódico com o oftalmologista de sua confiança. 

Porém, quando a progressão da doença começa a apresentar sintomas e desconfortos, alguns tratamentos são sugeridos: 

  • Colírios hipertônicos como dimetilpolisiloxane e cloreto de sódio 5%;
  • Secador de cabelos (frio);
  • Colírios de Corticóide;
  • Colírios antipressóricos;
  • Raspagem endotélio;
  • Inibidores ROCK (Rho kinase);

E, em casos mais severos, é necessária uma intervenção cirúrgica para realizar o transplante de córnea.

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Como curar distrofia de Fuchs?

Por ser uma condição genética, não há como reverter a alteração em si, porém é possível curá-la através do transplante de córneas, que pode ser feito de forma penetrante (ou total) da córnea ou o transplante endotelial da córnea.

Você já sabia todos esses fatos sobre a distrofia de Fuchs? Uma alteração genética que tem o potencial de afetar a sua visão mesmo que você demore anos para descobrir que é portador da mesma. 

Mais uma prova da importância de consultar o seu oftalmologista regularmente.

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Esse artigo foi produzido com referências de: 

Academia Americana de Oftalmologia;

Salmon, J. F. Kanski’s Clinical Ohpthalmology. 9th edition. 2020.

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Autor

Dr. André H. Agnoletto

Oftalmologista

CRM-RS: 33745 | RQE: 30028